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A "Comissão de Vigilância" é uma associação cultural
criada, em 29-10-1909, por iniciativa de um grupo de feirenses de
que fizeram parte, entre outros, um comerciante local - Afonso Couto
- e um proeminente médico e historiador - Dr. Aguiar Cardoso.
Os seus estatutos actuais constam de escritura realizada, no 1º
Cartório Notarial de Santa Maria da Feira, em 10-05-95.
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Face ao estado de degradação em que o Monumento se encontrava, e
face ao abandono a que os poderes públicos o votaram, aquele grupo
de feirenses, com uma consciência viva das suas responsabilidades,
e do dever/direito de participação, tomaram sobre si a iniciativa
de se substituir aos poderes públicos e começaram a fazer obras de
limpeza, de melhoria e de reparações inadiáveis.
A par destas obras de protecção física do Monumento - e sob a
égide do Dr. Aguiar Cardoso - foram efectuados diversos estudos
históricos de que é justo destacar os livros de Dr. Fernando
Tavares e Távora "O Castelo da Feira" (1918) e a
publicação daquele historiador - "Terra de Santa Maria -
Civitas Sanctae Mariae" (1929).
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Na década de 30/40, a par de importantes obras de restauro levadas
a cabo pelo Estado com a colaboração da "Comissão", o
Presidente desta Dr. Henrique Vaz Ferreira, promoveu uma grande
campanha histórica com a publicação de numerosos trabalhos, no
sentido de mostrar que o movimento de revolta do Condado
Portucalense que culminou na batalha de S. Mamede (1128) tivera o
seu epicentro no Castelo da Feira.
A tese, então desenvolvida, por aquele historiador e autor de
numerosas publicações, constam de um seu livro intitulado "O
Castelo da Feira - Onde Nasceu Portugal".
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A "Comissão" foi objecto de vários louvores públicos.
Para além disso, em 1990, o Governo declarou a
"Comissão" pessoa colectiva de utilidade pública e, no
mesmo ano, o Sr. Presidente da República, agraciou-a com a medalha
de "Membro Honorário da Ordem de MÉRITO".
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Actualmente, a "Comissão" continua a administrar o
Castelo mas agora, por delegação expressa do IPPAR (Instituto
Português do Património Arquitectónico e Arqueológico) por
força da celebração de vários protocolos.
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Na área cultural, para além da realização de vários
espectáculos, publicações, exposições, conferências, etc..., a
"Comissão", - que deu apoio à edição às obras antes
referidas e interveio empenhadamente na elaboração do
"Guia" do Castelo editado pelo IPPAR (1990) - fez
publicar, com os seus próprios meios os seguintes trabalhos:
-
Ferro Velho, (1989) 4 vols - Dr. Henrique Vaz Ferreira
- Comissão de Vigilância do Castelo de Santa Maria da Feira
- 80 anos de História (1989) - Anídio Casals D'Azevedo
- O Castelo e a Feira A Terra de Santa Maria nos séc. XI a XIII
(1989) Prof. José Mattoso, Luis Krus e Amélia Andrade
- A Terra de Santa Maria no Século XIII, Problemas e Documentos
(1993) - Prof. José Mattoso, Luis Krus e Amélia Andrade
- A Terra de Santa Maria na Idade Média - Limites Geográficos e
Identidade Peculiar (1993) - Prof. José Mattoso
- O Castelo de Santa Maria da Feira, séc. X a XX - Formas e
Funções (2001) - Maria Helena Barreiros
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A "Comissão" e o pároco local Rev. Manuel Soares dos
Reis promoveram no Castelo, no dia 13 de Agosto de 1988, uma
cerimónia religiosa de renovação da Consagração da "Terra
de Santa Maria" a Nossa Senhora. A esta cerimónia presidiram
os Senhores Bispos do Porto e Aveiro e nela estiveram presentes
todas as autoridades civis que hoje administram territórios outrora
pertencentes àquela velha região medieval.
Na altura foi, também, realizada, no Castelo, uma exposição de
Imagens Marianas trazidas das paróquias representativas daquela
antiga região medieval. Do evento foi cunhada uma medalha.
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Presentemente a "Comissão", sob a égide do seu
presidente, Eng. Ludgero Marques, está a levar a cabo, com apoios
financeiros exteriores, grandes obras de remodelação do Castelo
para o adaptar a novas funções, agora de caracter marcadamente
cultural.
Desta forma, o Castelo que fôra outrora castro romano; baluarte de
defesa contra invasões normandas vindas do mar; forte militar na
época da reconquista; importante pólo político-militar no tempo da
independência; e - depois da paz - habitação de famílias reais e
de nobres, e, ultimamente, simples objecto de apreciação
arquitectónica e de visita turística, voltará, de novo, a ser um
importante "sujeito de intervenção", no campo cultural,
de toda a vasta região em que se insere, na primeira fase dos
trabalhos já se restaurou o segundo piso da torre de menagem de
modo a adaptá-lo a sala de exposições e conferências.
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A par desta remodelação física do monumento a
"Comissão", no âmbito da sua actividade cultural, tem em
curso a instalação de um "Centro de Documentação" que
identifique, classifique e informatize, toda a documentação
relativa à Terra de Santa Maria. Esta tarefa - numa 1ª fase
relativa à documentação medieval - está a cargo de uma equipa de
professores universitários.
Simultaneamente, com a colectânea de documentação está a ser
preparada uma relação bibliográfica, contendo todas as obras
publicadas sobre a Terra de Santa Maria.
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